Wednesday, May 26, 2004

O Dia da Doméstica

Dia 27 de abril foi dia da doméstica e acabei não tendo tempo pra “publicar” a crônica na referida data comemorativa... lá vai:

Resolvi aproveitar o tema pra escrever uma saga crônica (ou saga-crônica) sobre algumas das pessoas que fizeram do meu Lar Doce Lar mais doce ainda. Mais limpo, mais cheiroso, melhor pra conviver e viver!

A Teresa é uma morena enorme, muito engraçada e sorridente (apesar de lhe faltarem alguns dentes), vinda da Bahia, cujo marido fazia as vezes de pedreiro e com quatro meninas pra criar. Lembro que foi a Zenir, amiga de minha mãe, católica fervorosa e com um coração enorme quem trouxe a Teresa para nossas vidas. A Teresa havia chegado há pouco do Nordeste e veio até a nossa casa pra buscar um filtro de cerâmica ou barro ( já não me recordo tão bem) que não utilizávamos mais. E foi pra ajudar a Teresa que ela foi ajudar na limpeza da nossa casa.

A Teresa limpava que era uma beleza! Dava até gosto de ver os panos de chão, todos muito alvejados, pendurados no varal no fim da tarde...

Ela também adorava um bate papo e falava alto que era uma desgraça! Da esquina de casa, ouvia-se a voz grave e rouca de Teresa. Praticamente competia com o locutor da rádio AM que ela adorava ouvir e que contava casos que ou eram verdadeiras tragédias gregas ou então, que tinham muito de sobrenatural.

De vez em quando ela se assustava quando o locutor aumentava repentinamente o tom de voz no momento de maior suspense ou era tomada de sobressalto quando entrávamos no cômodo em que ela estava...

Quando nos mudamos para o apê, a Dona (também) Tereza, nossa vizinha do 73, “emprestou” sua diarista pra Mamys. A Lola ficou quase 2 anos pra ajudar no Clean do apê. Nunca vi uma pessoa tão reclamona! Deixava a Mamy muito estressada todas as vezes que vinha aqui.

Reclamava que no meu quarto tinha muitas coisas: muitos livros, muitas fotos, muitos bichos, muitos cosméticos, muitos souvenirs... Que na sala tinha muitos fios: da Tv, do vídeo, do aparelho de som, do abajour, do telefone... Reclamava do chão, do vidro da janela, do azulejo da cozinha, do tamanho do apê...

Só dizia a toda hora que queria era voltar logo pra sua cidadezinha de Minas. E foi.

Quando a Mamuska precisou ficar de repouso forçado por conta de uma cirurgia, a Nice , que faz a limpeza aqui do prédio, prontificou-se a lavar e passar pra ajudar a Mamys.

Certo dia, eu chego em casa depois do trabalho e a Nice tava terminando de passar as roupas e então fui logo guardando tudo pra não tornar a amassá-las.

Tomei um susto quando vi meu vestido cor-de-rosa de chiffon ( um tecido todo amassadinho)... sim, ela tinha alisado, passado nervura por nervura, chapado totalmente meu lindo vestidinho e ainda reclamou: “Nossa, esse vestido foi o que deu o maior trabalho porque ele é muito difícil de passar!!!”

PS: Lembrei que o filtro era de cerâmica azul e tinha um decalque de florzinhas nele!

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