Diário de Bordo: uma viagem á capital catarinense
Ganhei uma passagem ida e volta com acompanhante para Floripa. Foi assim: fim de ano de aproximando, a agência de viagens fez um Happy Hour e me convidou junto com a Patchê para irmos comer uns quitutes , tomar umas brejas e participar de uns sorteios. A Paty tinha aula na Facú e não deu as caras por lá. Eu fui, alegre e contente interagir com aquele monte de gente estranha. Éramos todas mulheres e secretárias mais os três carinhas da agência. A mulherada meio que se estapeando pra chamar a atenção do Danilo, que diga-se de passagem é mesmo um tremendão.
Recebi o número 12 para o concorrido sorteio. Os prêmios iam de brindes como bolsa de praia, necessáire, caneta e bloquinho á diárias no Blue Tree , jóias da Vivara e passagem aérea para a capital de Santa Catarina. Confesso que olhei o meu número 12 com desdém ao lembrar que esse era o número de sorte do meu Big Boss. Sério! Um dia antes do evento, chegaram 10 aparelhos Nextel para a empresa e ao escolher o final do telefone dele, após umas contas loucas que nem a Aparecida Liberato iria entender a lógica, lançou o 12 como sendo seu número talismã.
A galera do Happy Hour estava muito animada e torcia pelo Grand Finale quando o Dani anunciou: Doze. E foi assim que eu fui passar o último findi de janeiro em Floripa. Negociei 2 dias de folga com o tio Bob e em um emendão do bem, me mandei para o Sul com a Mamys.
A saga da dúzia e a maré de sorte estavam mesmo a meu favor porque durante o vôo rolou um sorteio de um kit da Copertone e me deram novamente o número 12 ( juro que foi ao acaso e aleatoriamente ) e levei o dito cujo pra casa.
Prêmios á parte, chegamos na quinta-feira á noite na cidade á tempo de caminhar na Beira Mar (apenas duas quadras do Ibis no Centro), ver os chicos, os gajos e os gaúchos que invadiram a Ilha para esse Verão. Além do mais, o hotel tava a três quarteirões da Rodoviária, quatro do Mercadão Municipal e do Terminal de ônibus urbano. Da janela do quarto a gente via a Hercílio Luz...
Eu, sonhando em ser um flaneur, me jogar naquela cidade e escarafunchar tudo o que é lugar. Acordei no exato instante em que percebi que a Mamys não ia embarcar nessa minha aventura de turismóloga a) recém formada b) que não tem férias há pelo menos 2 anos c) com uma quedinha pelo povo e cultura sulista d) enfim, com meu momento egóico total.
Resolvi apelar para a Van do receptivo local ( leia-se agência de viagens para os “leigos” que não têm a menor obrigação de saber esse termo técnico ) que estava dando sopa, parada em frente á versão Golden Gate tupiniquim, o cartão postal da cidade, ponte Hercílio Luz ( brincadeiras á parte, a ponte é mesmo muito bonita!).
O guia, o Rogério, muito alvo e careca, de olhos claros ( lembrava-me muito o Pardini do Café com Bobagem que vira e mexe faz umas pontas de ator no decadente “ A praça é nossa ”) permitiu que a gente se agregasse ao tur que levava á Blumenau. Con cuatro hermanos argentinos, uma gaúcha e duas pseudo-nipônicas de Sampa ( eu e Celinha ) partimos para a terra da cerveza.
O guia ablava un español precário. La puente Hercílio Luz foi construída em mil oitchocientos e trinta e dois pelo então governador Hercílio Luz que morieu de desguesto porque o engenheiro superfaturou la obra e fugiu para Barcelona com oitcho mil dolares. Lo piso original era de madeira, mas foi substituída por cimiento e lo otro governador tambien morieu antes de inaugurar la puente. Ahora ela está sendo reformada novamiente para piso de madeira e onde passará somiente pedestres... E assim foi o caminho todo até Blumenau. Eu me segurando pra não rir e só filmando a situação.
Ao passar pela cidade de Tijuca e sem entender nem o português, muito menos o portuñol do guia, a tiazinha de Mar del Plata perguntou pra amiga: Tixuca? Que quer dicer Tixuca? Não me contive ao ver a reação da amiga, que só deu de ombros como quem diz: “ Tô nem aí, tô nem aíiiiii...”
Mas prova de que o clone do Pardini tava mesmo pra lá de Bagdá, doido pra ser apedrejado na Medina, foi quando eu perguntei o valor do passeio enquanto esperávamos a redardatária de sempre ( a gaúcha gorduchita como disse a vuela de Mar del Plata ) debaixo de um sol escaldante: “É noventa?” – referindo-me ás pilas que teria que desembolçar pelo passeio. E o guia: “Não, aqui não venta, é assim abafado mesmo, o ar fica parado porque é no meio das montanhas...”
Beijos na vida:
Dani
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