Monday, June 20, 2005

Ando sentindo muitas coisas, lembro-me de tudo como se fosse hoje, penso no futuro... e foi pra resgatar, pra dar vazão e pra entender esses sentimentos que acabei encontrando um material de aula do meu professor do primeiro ano da Facú de L. Portuguesa... nunca sei o nome dele, José Carlos, Luis Carlos, Carlos Eduardo....enfim... perdoem-me o esquecimento pois gostaria de deixar registrado aqui os seus créditos!!!

Memória
"A memória é um livro diário que todos andamos carregando" - escreveu Oscar Wilde, escritor inglês do século XIX. Evocando a imagem do diário, Wilde vale-se de uma metáfora que nos remete a uma forma especial de registro da memória. A escrita de imediato determina um critério seletivo à exposição dos fatos ocorridos no dia: o diário retém a lembrança do que se julga significativo, não acolhendo toda a experiência de um dia de vida.
A memória certamente extrapola as possibilidades do diário porque ela é capaz de reter sensações, como os cheiros e aromas, que não se deixam facilmente apreender pela via analítica, pela descrição de sua "anatomia".
Esse nosso acervo pessoal, que é a memória, possibilita-nos a evocação de significados afetivos, de gestos, atitudes e situações vitais para o nosso ser, ao mesmo tempo que se dissolve em grande parte na ação do tempo. Tempo e memória são inseparáveis, pois nesta preservamos o passado e extraímos dele, na forma de experiência, o sentido que ordena o presente, o qual, por sua vez, poderá conferir novos sentidos ao passado. A memória é identidade e impulso que nos lança no futuro como seres únicos, donos de uma história pessoal que determina nossas convicções e participa das escolhas e exigências ao nosso discernimento representadas pelo porvir.
Possivelmente a memória guarda ainda a virtualidade não só de nos transportar ao passado, por via da evocação, mas também a de nos "transformar" no presente, embora por poucos instantes, naquilo que fomos um dia...

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