" A prudência é uma donzelona rica e feia cortejada pela incapacidade - Willian Blake "

Pois é... cheio de pérolas essa minha viagem pra Ouro Preto. Segundona eu abri a janela e ao invés do calorzão do final de semana , uma garoa fina e uma neblina cobriam as montanhas ao redor da cidade. O jeito é ficar muvucada dentro da República mesmo. Afinal, não podíamos correr o risco de um ski-bunda naquelas ladeiras. Ninguém merece chuva em paralelepípedo!!!

Os meninos tomaram conta da churrasqueira e do pagode. Era uma cantoria que não acabava mais, regado a cerveja e pinga. Vale aqui uma reza pra acompanhar o goró: "Muntei em cima do Boi Brabo E o bixo começou a pular! E eu de cima do Medonho Comecei a imaginar! "Ai meu Deus do céu", Se eu sair vivo daqui Muita Pinga Vai Rolar."

A Rê libertando a mulata que existe dentro dela, arrasando no sambão que até uma mineirinha se aproximou pra fazer amizade com ela e acho, que prevendo, que o cajuzinho dela ia cair no pagode com a Rê em mais alguns minutos. Do nada, a menina convidou a Rê pra ir pra festa de sei lá quem em Viscoça, passou o número do celular dela e só faltou dizer pra Rê que a casa tava de portas abertas...

A Paulets não parava de ir no banheiro, um xixi atrás do outro, veio dizer que estava com CONTIGÊNCIA urinária. Eu quis arrumar: INCONTINGÊNCIA. A Clá nos corrigiu: INCONTINÊNCIA.... Hahahaha.... Eu, muito mal, querendo me libertar, há dias sem conseguir ir ao banheiro... Fui incomodada por um dos ex-alunos que começou a bater na porta e a gritar: "Que cê tá fazendo?????" "É côco ou xixi????" "Número 1 ou número 2????" Unf, seu incoveniente...

De noitão, os ex-alunos botaram na pick-up uns hits que deviam ser coqueluche na década de 70: " Eu sou da mamãe, sou da mamãe, sou da mamãe..." e a galera se aglomerou na "boate" - a sala da Bangalô. De repente: "Tá com sede? Bebeu água? Água, água, água mineral... tchum" E a Paulets me dando banho de cervejinha... ai, meu Deus... como eu sofro!!! Hehehe

Realmente, precisamos levar a Paulets para um terapeuta. Lá fomos nós again ao toilete: Paulets, Clá e eu. De novo, a Paula com o T.O.C. pegou o rodão e começou a limpar o chão do banheiro... a gente só pôde mesmo rir de toda essa situação.

Mas dia seguinte era dia de botar o pé na estrada de volta pra casa. Tudo bem que nosso busão ia sair só a tarde, mas ainda tínhamos que rodar a cidade pra comprar umas tranqueirinhas. Afinal, não levamos nossas malas de paraguaias á toa...

Nossa primeira parada era uma lanchonete pra comer um pão de queijo. A Paula pediu um suco... o cara perguntou: " de quem é o suco número 1?". "É da Paula!", mas ela não estava na mesa. "ô Paulaaaaaaaaa" , gritou o tiozão muito animado.

Quase ao mesmo tempo, o "pãozinho de queijo" que tava fora da lanchonete apareceu bem na frente da janela. " Caramba que cajú ! ". As meninas miraram os olhares todas ao mesmo tempo e o cara, claro que percebeu e gostou porque depois apareceu na porta e ficou exibindo a figura, com direito a voltinha e tudo. Que aparecido!!!

Super filona na hora de pagar, a Clá quis usar a tática da simpatia testada pela Giovanna Antonelli em Avassaladoras: " Ooooooooooiiiiiiii"... nem precisava.

PS: Tô pondo fim na saga mineirim e já ia esquecer de explicar de onde surgiu a frase-título deste capítulo... bom, era a propaganda de uma peça que tava rolando em Ouro Preto e a gente gostou tanto que depois de muito pensar sobre o sentido da frase a gente continuou sem entender mesmo e só cita a dita cuja porque achou legal... coitado do meu professor de filosofia...